Em 1933 o Sr. Gurdjieff viajou para Paris…

Em 1933 o Sr. Gurdjieff viajou para Paris em um transatlântico com alguns de seus alunos. O filho da Madame de Salzmann, Michel, de oito anos, foi até o cassino do navio. Ele tentou a sorte na roleta com vinte e cinco centavos. De repente, viu seu troco dobrando e redobrando enquanto um divertido semicírculo de adultos o aplaudia. Quando sua mãe o encontrou, ele havia acumulado US$ 280, uma quantia substancial naquela época. A Madame de Salzmann não queria ser injusta, simplesmente tirando o dinheiro dele. Entretanto, achava que permitir que ele ficasse com o dinheiro o deixaria com a impressão ingênua de que algo poderia ser obtido sem esforço… E, afinal, era

sempre necessário pagar pelo que se recebe. Ela pediu o conselho ao Sr. Gurdjieff. Ele pensou no assunto e mandou chamar Michel.

O Sr. Gurdjieff explicou ao menino, com sinceridade, sobre as finanças precárias do grupo e destacou que, assim que aportassem, ele teria que pagar contas urgentes. Michel perguntou quanto era necessário e o Sr. Gurdjieff indicou um valor. Era exatamente a quantia que Michel havia ganhado. Após alguns momentos de reflexão, Michel disse que ele mesmo tinha esse dinheiro e que ficaria muito orgulhoso em emprestá-lo ao Sr. Gurdjieff. Seu ganho inesperado permitiu que ele ajudasse o grupo de uma forma adulta, como um homem. Isso o fez se sentir grande, enquanto qualquer moralização sobre os males do jogo o teria feito se sentir culpado e pequeno. Foi dada a ele a oportunidade de escolher.

Bibliografia:
Gurdjieff International Review Vol. IX No. 1

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