Sr. Gurdjieff incentivava as crianças…

Sr. Gurdjieff incentivava as crianças a considerar que o uso lucrativo do dinheiro exigia o uso cuidadoso do pensar. Elizabeth Bennett registrou um incidente em Chamonix que ilustra bem esse ponto. Depois de terminar uma sobremesa de melões e morangos na sala de jantar do hotel, Gurdjieff convidou algumas pessoas para tomar seu café no saguão.

Antes de ir, ele ergueu o pedaço de melão que havia comido pela metade e perguntou se alguém poderia limpá-lo, de forma que pudesse ser pintado – amanhã ele desejava pintar essa casca de melão e dá-la de presente a um amigo. Quem poderia prepará-la para ele? Paul disse que poderia, e o Sr. Gurdjieff disse que Eve [a irmã de Paul] poderia ajudá-lo e que, se fizessem isso muito bem, ele poderia receber 1.000 francos. Quando ele saiu da sala de jantar, Eve e Paul ainda estavam sentados à mesa, com suas cabeças juntas sobre a casca do melão.

Depois de algum tempo, Paul voltou com a casca do melão e a mostrou ao Sr. Gurdjieff. Eles se curvaram sobre ela, muito solenes, e então o Sr. Gurdjieff disse: “- Não, não está bom o suficiente. Não deveria ficar nada amarelo”.

Paul saiu solenemente para buscar uma lâmina de barbear. Enquanto o Sr. Gurdjieff o observava saindo, riu e disse: – “Veja agora que educação ele tem. Até agora ele não sabia nada, só sabia comer e defecar. Nunca trabalhou com isso”, batendo na testa, “agora este é seu primeiro labeur (trabalho)”. Quando Paul voltou depois de um intervalo, a casca do melão estava perfeita. O Sr. Gurdjieff dobrou-a, colocou-a no bolso, deu os 1.000 francos e disse:  – “Não se esqueça da sua irmã”.

Bibliografia:
Gurdjieff International Review Vol. IX No. 1

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